Decreto altera prazo para averbação e suspende algumas multas
Ainda muito distante do que defendem parlamentares da Comissão de Agricultura e produtores rurais, foi publicado no Diário Oficial da União, desta sexta-feira (11), o decreto 7029 que prorroga para 11 de junho de 2011, o prazo para averbação da reserva legal. A norma também criou o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado "Programa Mais Ambiente", e suspendeu a cobrança de algumas multas decorrentes do uso de áreas de preservação permanente ou de reserva legal.O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS) acredita que a extensão da data para registro das áreas contribuirá para os debates e negociações para ajustar o Código Florestal, mas ressalta que ainda há outros 153 artigos no decreto 6.514 que estão vigor. "Tira a pressão, mas a palavra de ordem neste momento é mobilização. Precisamos continuar vigilantes e cobrar mudanças nas regras para permitir a continuidade da atividade rural", destaca.
MULTAS: de acordo com a norma presidencial o cancelamento de algumas multas está condicionado a adesão ao Programa Mais Ambiente, que entre outros pontos prevê o compromisso do produtor para recuperar as áreas de preservação permanente e averbar a reserva legal. Heinze não concorda com a obrigatoriedade. "Defendemos a prorrogação de todos os prazos até aprovarmos um novo Código Florestal e Ambiental. Com essa imposição o governo está forçando o produtor a entregar suas terras antes de finalizarmos as discussões no Congresso".
Cultura de Estylosanthes Campo Grande
Sabemos que o nitrogênio é o nutriente mais requerido na produção de carne e leite a pasto.
A maneira normalmente utilizada para adicionar nitrogênio em uma pastagem é através da adubação química, utilizando uréia, sulfato de amônia, nitrato de amônio e outros. Todos com custo bastante elevado, pois são produzidos a partir do petróleo e com o inconveniente de acidificar o solo.
Agora, graças ao Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA de Campo Grande (MS), surgiu uma nova opção para introduzir Nitrogênio nas Pastagens a um custo muito inferior aos fertilizantes nitrogenados convencionais e deixa 10 vezes mais nitrogênio no solo do que a soja, sem causar qualquer tipo de problema ambiental.
Esta nova opção chama-se ESTILOSANTES CAMPO GRANDE, composto pela mistura de duas espécies: Stylosanthes capitata 80% e Stylosanthes macrocephala 20%, são leguminosas com excepcional adaptação a solos arenosos e de baixa fertilidade.
A técnica desenvolvida pela EMBRAPA consiste na consorciação desta leguminosa com as Brachiarias a serem implantadas ou até mesmo no caso de pastagens já estabelecidas.
Como implantar o estilosantes campo grande em área de formação ou pastagem já implantada?
Se houver problema com erosão, deve-se primeiro recuperar a área e utilizar as técnicas de conservação de solo (terraços).
Faz-se a análise de solo e verifica-se a necessidade de calagem, os teores de fósforo, potássio e outros nutrientes, lembrando que o Estilosantes não é muito exigente em fertilidade.
Após um bom preparo de solo, faz-se a semeadura a lanço da gramínea, cobre-se a semente, passando uma grade niveladora fechada e logo após faz-se a semeadura a lanço do Estilosantes (3 a 4 Kg pôr há) e passa-se um rolo compactador, pois a semente do Estilosantes não pode ficar muito profunda, no máximo dois cm.
Implantação em área formada por gramínea
-Pode-se utilizar plantadeira de plantio direto, tomando o cuidado de rebaixar bem o pasto ou aplicar uma subdose de glifosato antes do plantio.
-Pode-se também, após rebaixar bem o pasto fazer a semeadura a lanço e depois cobrir com grade niveladora ou aerossolo.
-Em áreas de pastejo rotacionado, em que for possível utilizar uma alta carga instantânea, podem-se aplicar as sementes a lanço e utilizar os animais para promoverem o enterro da semente com as patas. Neste caso, deve-se utilizar uma quantidade maior de sementes, no mínimo 5 Kg/ha.
Manejo de área já consorciada
No inicio do estabelecimento da consorciação, deve-se verificar se a gramínea não esta?sombreando? Demais a leguminosa , caso isto ocorra, deve-se dar um pastejo com intuito de rebaixar a gramínea, favorecendo assim o Estilosantes.
No período de florescimento, deve-se retirar o gado ou pelo menos reduzir a lotação, para facilitar a produção de semente e assim possibilitar a ressemeadura.
Em resumo, para obtermos uma boa consorciação do Estilosantes com a gramínea, devemos atentar para os seguintes detalhes:
* Conservação de solo
* Controle de invasoras
* Correção de solo e adubação
* Profundidade de plantio (no máximo dois cm para o Estilosantes Campo Grande)
* Quantidade de sementes (3 a 4 Kg/ha do estilosantes)
* Ter como objetivo estabelecer 30% da população de plantas da pastagem, formada por leguminosas.
* Manejo da pastagem.
As principais vantagens
* Aproveitamento do Nitrogênio existente na atmosfera, graças às colônias de bactérias que colonizam as raízes da leguminosa, fixam o nitrogênio, fornecem para a planta e recebem destes carboidratos.
* Aumento do teor de proteína da pastagem consorciada. Estima-se que em uma pastagem com 30% de leguminosas, o teor médio de proteína no volumoso seja 11,6 % e em pastagens solteiras seja de 8%%.
* Aumento no ganho de peso dos animais.
* Reciclagem de nutrientes, através das folhas da leguminosa que não são consumidas e se decompõe ao caírem ao solo, lembrando que suas raízes podem atingir dois metros de profundidade, conseguindo assim, absorver nutrientes e água em profundidades maiores que a gramínea.
* É uma técnica ambientalmente correta.
* Grande adaptação a solos arenosos e de baixa fertilidade.
* Alta produtividade de sementes.
* Boa digestibilidade e tolerância a desfolha natural.
Curiosidades sobre o gênero estilosantes
No Brasil ocorrem natural-mente 25 espécies do gênero Estiolastes, já existem espécies sendo utilizadas na China, Tailândia e Sudeste Asiático, nestes países a principal utilização ocorre para sobre semeadura em pastagens artificiais, pastagens nativas, margens de estradas e áreas não adequadas para cultivos anuais, outras formas de utilização são: a produção de farelo de folhas, o plantio em solos considerados marginais em associação com culturas perenes como seringais novos, citrus, mangueira, coqueiros, café ou em áreas de reflorestamento. Na Índia utiliza-se o Estilosanthes para recuperação de áreas degradadas.
A Austrália foi o primeiro país a utilizar o Estilosantes como planta forrageira e também foi o primeiro a introduzir o Estilosanthes em outros países, posteriormente o CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical) começou a distribuir sementes para varias regiões do mundo.
Outro dado que merece ser relembrado é sua enorme capacidade de fixação de nitrogênio, até mesmo quando comparado com a soja, pois em culturas solteiras de Estilosantes, a quantidade de nitrogênio puro fixado, pode chegar a 180- 200 kg/ha e no caso da soja a quantidade de nitrogênio que resta no solo após a colheita é muito pequena, pois a maior parte é exportada nos grãos.
Na Austrália, obtiveram-se as seguintes produções, utilizando-se Estylosanthes humilis na década de 60.
Em áreas onde já foi feita a consorciação, obteve-se as seguintes produções: | ||
B. decumbens com Estilosantes | Ganho de peso de 616 gramas/cabeça/dia | E 15 @/ha/ano |
B. decumbens Solteira | Ganho de peso de 454 gramas/cabeça/dia | E 11,8 @/a/ano |
Dados obtidos pela Fazenda Ribeirão, localizada no município do Chapadão do Sul- MS, média de três anos 97/98; 98/99; 99/2000. |
EFEITO DA INTRODUÇÃO DE Estylosanthes humilis
| ||||||
Tratamento | Lotação Anim/há | Ganho de peso | ||||
64 | 65/66 | 67/68 | 68/69 | Media | ||
Past. Nativa (PN)
| 0,5
| 26
| 28
| 37
| 34
| 34
|
Adubação: 220 Kg/ha de super simples com Mo no plantio, mais 110 Kg/ha /ano de manutenção. Pode-se observar que houve aumento de ganho de peso vivo de 34 Kg/ha/ano para 64 Kg/ha/ano na pastagem nativa pela introdução de Stylosanthes humilis e este aumento passou a 84 Kg/ha ano quando, alem de Estylosanthes humilis, foi adicionada adubação fosfatada, no período de quatro anos de avaliação. Também conseguiram aumentar a produção de carne de 28 Kg/ha/ano em campo nativo para 126 Kg/ha com a introdução de Estilosanthes e adubação com 50 Kg/ha de P2O5, obtendo retornos econômicos quase três vezes superior. |